4º Conde de Ficalho (1837-1903)

4º CONDE DE FICALHO (1837-1903)

No final do século XIX Portugal viveu uma revolução intelectual, científica e artística, e Francisco Manuel de Mello Breyner (1837-1903), 4.º conde de Ficalho, esteve no centro dela. Enquanto investigador trabalhou entre a história e a botânica (co-lançou o Jardim Botânico de Lisboa), tendo sido responsável por um grande estudo sobre o Garcia da Orta (em 1886), e pela reedição, entre 1891 e 1895, da mais importante obra deste médico e naturalista seiscentista, Colóquios dos Simples e Drogas da Índia. Foi também diplomata, romancista e artista (a sua obra ser vista na visita ao palácio). Era ainda membro do grupo Vencidos da Vida ao lado de Eça de Queirós, Oliveira Martins ou Ramalho Ortigão. 

Este último descreveu-o da seguinte forma: 
“Soube ser cumulativamente homem da corte, homem do campo, homem de estudo, naturalista, literato, artista, poeta, historiador, agrónomo, mordomo-mor no paço, estadista no Conselho de Estado, legislador na Câmara dos Pares, professor na Escola Politécnica, embaixador na corte da Rússia, presidente na Academia, lavrador em Serpa, hábil condutor de cavalos e de cotillons, cavaleiro, corredor de lebres, caçador de perdizes, conversador igualmente exímio entre princesas reais, e entre almocreves e carreiros; falando com igual facilidade a língua aristocraticamente sublimada das primeiras cortes da Europa e a língua ríspida e crua dos eguariços, dos rabadões e dos malhadeiros das suas herdades”.